Explico-me de maneira direta: Atravessamos uma fase onde as mulheres, por conta de atributos físicos naturais ou “nem tanto”, recebem alcunhas de determinados itens do setor de hortifrutigranjeiros ou do açougue do hiper-mercado.
Na contramão, e sem considerar minha esposa um produto (longe deste entendimento, apenas quero utilizar-me do recurso da comparação), poderia talvez enquadrá-la em alguma mostra ou exposição artística, admirada por todos e resguardada em cuidados especiais por conta de seu alto valor natural e agregado.
Minha esposa é uma obra de arte, o meu achado, a minha raridade, meu tiro na lua que acertou em cheio.
Continuando o raciocínio.
As mulheres frutas respondem pelos seus apelidos por conta unicamente de seus atributos físicos, isto já deixei claro. Exemplificando, a primeira que apareceu foi a tal Melancia, que geralmente era oferecida em posição de revista policial tentando atingir as cinco velocidades. Após esta, surgiram as sucessoras: Jaca, Moranguinho, Filé... e todos grudam na televisão para assistir as carnes das frutas, ou as frutas das carnes, sendo servidas em abundância. Para minha surpresa e perplexidade, apareceu até uma que é chamada de banana... BANANA...? Sim, existe a “mulher-banana”, ou melhor, a mulher-homem, o homem-mulher, meio a meio... façam os seus próprios entendimentos...
Bom, não quero dispor-me a despejar críticas quanto a isto, mas creio que talvez houvesse formas melhores das mulheres se apresentarem e destacarem os seus atributos. Procuro pensar que a Mulher Melancia não tenha na enorme anca o seu único ponto especial; ou talvez que a mulher melão seja uma brasileira típica, que trabalha, lava, passa, cozinha, tem planos de prosperidade e que pensa em ter filhos um dia... não apenas alguém que pagou caro por suas próteses mamárias e americanizou-se por conta de seus seios gigantescos.
Vejo nas mais variadas mídias tantas mulheres lindas, com corpos perfeitos e invejados, mas suas donas, que ao invés de apenas se dedicarem a mostrá-los da maneira mais competente, salientam-nos junto de seu principal atributo: a inteligência. A apresentação de si para os demais se torna o mais importante, há a preocupação de comprovar que um corpo bonito pode sim, ser acompanhado dos atributos chamados “interiores”, ou seja, aqueles que remetem a cultura, a maturidade, a capacidade psicológica e a vontade de vencer por outros meios, não só pelos efêmeros. Estas mulheres cuidam da imagem corporal, para que esta, unida com a admiração que só o cérebro desperta, gere o conceito de mulher perfeita personificado.
Mas pensando melhor, qual seria a perfeição?
Acompanhe-me em um breve raciocínio: Você enquanto homem que me lê agora pode garantir-me de maneira clara que casaria com uma mulher linda, daquelas que desperta inveja em qualquer moto boy, caminhoneiro, taxista ou entregador de gás, se ela além de linda fosse extremamente burra?
Em determinada passagem, Albert Einstein recebeu uma proposta indecorosa de uma destas mulheres. A mesma propôs que ambos gerassem filhos, para que estes fossem exemplares humanos perfeitos, unindo a inteligência dele com a beleza dela. A sua resposta foi: “e se o acaso resolver agir de maneira a nos pregar uma peça, e estes filhos nascerem com a minha beleza e a sua inteligência...?”
A mulher há de ser famosa, quista e admirada não unicamente por seus atributos que despertam ou remetem a sexo e afins, mas por sua inteligência, astúcia, companheirismo à seu par, forma de apresentar-se mediante a sociedade, cuidados à sua casa, a sua família...enfim, há uma infinidade de predicados/características que fazem de uma mulher, a mulher perfeita.
Posso até parecer suspeito ao atestar isto, mas a resposta a primeira questão que elaborei neste texto é: a mulher perfeita é a minha esposa.
Mas seria muito simples, ou talvez muito superficial, dizer que a perfeição está na suas formas, nas suas medidas corporais. A perfeição está ligada a diversos fatores, e estes são extremamente particulares a cada gênio, a cada personalidade, a cada par de olhos. As mulheres frutas são conhecidas e lembradas por esta associação óbvia com as formas de uma fruta ou verdura qualquer. A minha esposa não é só a minha linda esposa, é aquela que carrega e nutre o verdadeiro FRUTO que vale a pena designar um ser humano, aquele gerado pela soma do amor que cultivamos um pelo outro: a nossa primeira filha, Pietra.
Enfim, o apelo que faço hoje, preocupado com a deturpação dos valores aos quais todas deveriam se preocupar em agregar, é que as mulheres passem a se valorizar não apenas pelas suas curvas vertiginosas ou capacidades físicas incomuns, mas sim pela sua capacidade de comprometimento, pelos valores que individualmente, ou somados aos de outra pessoa, possam ser os maiores e mais concretos.
Minha filha vem ai, e uma das tranqüilidades que tenho é que, além dela no futuro orgulhar-se de sua mãe pelos mesmos atributos que me fazem ter orgulho hoje pela minha esposa, ela terá zelando pelo seu bem estar alguém que a ensinará a encarar a vida e a viver da melhor maneira possível, com dignidade e valores que parecem hoje esquecidos por boa parte da população feminina.
Mulheres: Reflitam, incomodem-se, e identifiquem-se! E por favor... Pensem nisto!
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