Pensam que vou escrever sobre os primórdios?
Sobre qual era o tratamento dado às mulheres por seus ogros?
De como era feito o fogo à base de paus e pedras?
Desculpem-me, mas estão errados.
Refiro-me à idade em que um homem atinge qual pode ser considerada, fora problemas pessoais, de saúde, ou quaisquer outras peculiaridades, a metade de sua vida, aproximadamente.
Metade na vida relativo à atividades econômicas, à preocupações com bem-estar familiar, com finanças, futuro, filhos, água, luz, telefone, condomínio, IPTU, IPVA entre tantas outras...
O ser humano ou pelo menos os precavidos, sentem exatamente qual o momento de transição em sua vida; sentem precisamente o momento em que suas preocupações aos poucos contorcem e viram outras bem diferentes.
Saímos da infância não com uma determinada idade, mas sim com a mudança nos compromissos. Paramos de desenhar e pintar, paramos de brincar rotineiramente com carrinhos, paramos de querer brinquedos vistos em comerciais e passamos escrever, a ler, a usar o computador, e pensar em dinheiro, em como ser um conquistador ao sexo oposto, pensamos na festa de sábado, no futebol de domingo...enfim, muitas são as mudanças que diferenciam nossa infância à juventude.
Mas aí vem o problema, ou simplesmente a falta de percepção para solucioná-lo: e da juventude à fase adulta, quando atravessamos?
Bom, creio ser essa uma questão muito particular. Conheço pessoas que ao auge de sua juventude, mais ou menos nos 15 anos, pensavam muito em seu futuro, em como seriam quando adultos, o que seriam, o que fariam e, sinceramente, quase todos estes hoje estão de bem com a vida, prosperando, plantando e alguns até colhendo sua astúcia precoce.
Oposto a isso, conheço adultos da minha idade que ainda não pensam e nem sabem o que é trabalhar. Não se imaginam com certos compromissos, com família, com futuro...
Este ano foi de inúmeras mudanças em minha vida. Simplesmente o mundo girou, alternaram-se todas as preocupações. Já sou casado, espero minha primeira filha, meus compromissos, meus princípios e minhas idéias já são outras compradas a 2 ou 3 anos atrás. Meu trabalho é hoje muito mais prazeroso do que era...
O que eu fiz para isso ocorrer? Voluntariamente nada. Involuntariamente, muita coisa.
Sem querer, vi que precisava crescer, mas isso não ficou martelado no meu consciente, afinal foi desta mesma forma, sem querer, que me senti preparado para os meus compromissos atuais. Justamente há um ano, tudo tem mudado, sem que fossem feitos atos magistrais de arrancar homenagens, simplesmente cresci e, junto comigo, meu intelecto, minha ambição, minhas prioridades.
Motivo tais mudanças à alguns fatores: primeiro à estrutura familiar. Deus usou de toda sua benção à este filho gordinho que aqui vos escreve ao dar-lhe uma excelente família. Pai, mãe, irmão exemplares. Família sempre que possível unida e, ainda bem, eventualmente com algumas discordâncias. Este é o primeiro fato que fez e faz diferença no meu crescimento pessoal.
Minha esposa é o segundo motivo e, não menos importante. Conhecemo-nos há cerca de 6 anos. Eu tinha 18, era cabeludo, vestia bermudas, tênis e camisetas diariamente, fazia festas quase que diárias... um gurizão. Nesse tempo juntos, as bermudas deram lugar às calças nos dias de semana; os tênis, aos sapatos; e as camisetas à, no mínimo, uma polo, se não, camisa social. Sentimento, preocupações começam a mudar. Sentia a necessidade de crescer e, ao lado dela, estou conseguindo.
Terceiro fato e o mais importante: minha filha. Inexplicáveis os tufões de sentimentos que a paternidade gera. Inexplicáveis mesmo.... Portanto, era o que precisávamos e, eu mais do que ela. Formar uma família, abençoar nossas vidas, dar muito mais valor aos nossos esforços, e sermos felizes...
Viram? Não é a idade numérica que faz com que passes de fases pela vida, mas sim seu caráter, seu intelecto e nada mais importante do que a sua vontade de crescer, aceitando as alterações, adequando tudo à elas, nunca negando-as, mas sempre visando-as...
Reflita, Incomode-se, Identifique-se...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
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