quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Crise própria, propriamente dita em próprio blog...

Há cerca de 20 minutos estava lendo o blog de um amigo, como faço sempre que posso. Gosto bastante de seus textos. Sua riqueza gramatical e a forma com que dispõe das palavras me encantam; por sinal, foi esse mesmo amigo-escritor que me encorajou a começar um blog próprio.

Lendo seus ditos sempre deparo com situações vividas, ou não, por ele ou por quem quer que seja; reais ou fantasias; certas ou erradas. Mas, querem saber, isso não importa!
Não vejo problema qualquer em colocar o que quiser em seu blog, afinal, não existe uma formalidade, não existe um sentido, não existe uma razão ou um interesse maior naquilo do que apenas idéias transcritas.

Mas o que me agrada é a forma que isto é feito. Por vezes ele joga apenas palavras de infância, de amor ou comenta simplesmente de programas de televisão, de convites de amigos... Mas ele tem um certo dom de trazer isso à realidade; “linkar” seu texto diretamente com a realidade. Impressionante.

Após tal apreciação, visitei o meu blog. Li meus arquivos.

Desgosto próprio foi a minha reação.

Não sei. Não estou gostando do que escrevo. Os temas que acolho, com exceção aos ditos à minha esposa e filha, não me agradam. As formas pelas quais julgo serem corretas de abordar, não me satisfazem. Certo ou errado, não preciso saber; mas preciso gostar do que faço. Preciso sentir vontade de jogar palavras e publicar na internet. E não estou sentindo. Mas também, talvez nem precise.

Ao começar na escola, gostamos?
Ao começar a trabalhar, gostamos?
Ao pagar as contas, gostamos?
Ao brigar, gostamos?

Pois é. Muitas coisas na vida não são feitas por gosto, mas tão somente por obrigação de fazê-las. Ou mais, que essa obrigação nem seja tão forte assim, mas sim o ato fazer seja apenas algo automático, não nos concedendo prazer nem desprazer, nem felicidade, nem infelicidade. Apenas fazemos.

Creio que não conseguirei obter uma mutação instantânea e mude o jogo, vire a mesa, desmistifique minhas dúvidas, e altere meus temas. Mas creio estar colocando a consciência sobre o que faço; estar com vontade de melhorar. Ainda não sei o que é melhor ou pior. Mas o fato é que quero mudar. Quero mudar o meu esquema de escrever, talvez mudança esta necessária para que consiga identificar-me mais com textos próprios. Mas como lá no começo disse, não existe forma correta ou errônea de publicar idéias em um blog. Não existe qualquer formalidade, mas apenas a vontade de escrever.

Simplesmente qualquer idéia pode ser genial para um blog. Como também banal.
Simplesmente qualquer coisa que escreva aqui pode ser de extrema relevância para mim; para vocês não. Ou vice-versa.

Então, informo ao (s) amigo (s):
Talvez mude. Talvez não....Mas já está na hora que, invés de pedir, eu mesmo REFLITA, INCOMODE-ME, IDENTIFIQUE-ME.

Um comentário:

  1. Ao amigo,

    Atesto para os devidos fins que, com este texto onde externas este sentimento que tens, relativo a insatisfação própria quanto ao modo que escreves ou aos temas que abordas, atingiste um nível de competência que antes não havias atingido.

    Simplesmente o teu melhor texto até hoje.

    Deste o primeiro salto, e este foi digno de medalha.

    Leia este teu texto novamente, e quantas vezes forem necessárias. Pois tu tens que gostá-lo como eu gostei. Atingiste um nível com ele que pouquíssimos atingem, o que demonstra que tu não estás apontado para o caminho certo, tu já o percorre faz tempo.

    Continua. E continua tendo a certeza de que, além de seres uma grande pessoa, tu tens sim, a capacidade e a competência necessária para te tornares um grande escritor. É o que a qualidade deste texto me diz. É o que a evolução do mesmo me mostra.

    Abraços meu amigo! Grata constatação me deste com este texto!

    Rafael Fincato
    www.saudades-de-mim.blogspot.com

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